sábado, 21 de abril de 2012

Rafic Schami - literatura alemã

SCHAMI, Rafic. O segredo do calígrafo. Tradução de Silvia Bittencourt. São Paulo: Estação Liberdade, 2010. 442p. Título original: Das Geheimnis des Kalligraphen.

Thornton Wilder - literatura estadunidense

WILDER, Thornton. Nossa cidade. Tradução de Elsie Lessa. São Paulo: Abril Cultural, 1977. 128p. Título original: Our Town.

O cinema de Eric Rohmer - cinema

O CINEMA DE ERIC ROHMER. Rio de Janeiro, Caixa Cultural, 29 de março a 11 de abril de 2010. 39p. (catálogo).

Mostra Cine BH - BH International Film Festival - cinema

MOSTRA CINE BH 2015 - BH International Film Festival. Belo Horizonte, 15 a 22 de outubro de 2015. 35p. (programa).

MOSTRA CINE BH 2013 - BH International Film Festival. Belo Horizonte, 10 a 17 de outubro de 2013. 32p. (programa).

MOSTRA CINE BH 2010 - BH International Film Festival. Belo Horizonte, 21 a 26 de outubro de 2010. n.p. (programa). 

domingo, 1 de abril de 2012

"Aletria" - revistas

Aletria – Revista de estudos de literatura, Belo Horizonte, n.12 – Literatura e Psicanálise, 186p., abril 2005. (publicação do Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos literários, da UFMG)

A importância da leitura no Brasil

01/04/201214h43 (uol notícias cotidiano)
Pesquisa aponta que brasileiro reconhece importância da leitura, mas prefere outras atividades

Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil, em Brasília

O brasileiro sabe da importância da leitura para progredir na vida, mas continua considerando a atividade desinteressante. Este é o principal diagnóstico da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada nesta semana pelo Instituto Pró-Livro. Foram entrevistadas mais de cinco mil pessoas em 315 municípios e os resultados apontam que apenas metade delas pode ser considerada leitora. O critério é ter lido pelo menos um livro nos últimos três meses.

Entre os participantes, 64% concordaram totalmente com a afirmação “ler bastante pode fazer uma pessoa vencer na vida e melhorar sua situação econômica”. Mas 30% disseram que não gostam de ler, 37% gostam um pouco e 25% gostam muito. Entre os não leitores, a principal razão para não ter lido nos últimos meses é a “falta de tempo”, apontada por 53% dos entrevistados. No topo da lista aparecem também justificativas como “não gosto de ler” (30%) ou “prefiro outras atividades” (21%).

A professora Vera Aguiar, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), explicou que a falta de hábito de leitura no país é cultural. “Nossa cultura é muito oral. Se a gente pensa na religião, nas festas como o carnaval ou nos esportes como o futebol, percebe que o brasileiro prefere atividades exteriores que envolvam muitas pessoas”, aponta a pesquisadora da Faculdade de Letras da PUC-RS.

Vera defende que mesmo sendo uma questão cultural, é possível mudar o quadro com ações de incentivo à leitura. Ela acredita que nas últimas décadas houve um incremento grande de programas voltados para o estímulo da leitura, mas as iniciativas ainda não tiveram o efeito esperado. “Há várias iniciativas de vários setores da sociedade – governos municipais, estaduais e federal, ONGs [organizações não governamentais], universidades – mas mesmo assim é pouco. Essas ações precisam ser mais articuladas”.

Para Maria Antonieta Cunha, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretora do programa do Livro Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, o brasileiro associa a leitura à obrigação e não ao prazer. Um trecho do estudo que evidencia essa tese são as respostas dos entrevistados à pergunta “qual é o significado da leitura para você”. Mais de 60%, acham que ler uma “fonte de conhecimento para a vida”, “fonte de conhecimento para atualização profissional” (41%) e “fonte de conhecimento para a escola” (35%). Para a professora, os resultados indicam que a maioria das pessoas não associa diretamente a leitura a uma atividade de lazer.

“A questão é que nós não temos a leitura como um valor social. A pessoa não conseguiu descobrir que a leitura trabalha, mais do que tudo, com a transcendência, que é o grande item do ser humano. É aquilo que diz Fernando Pessoa: a literatura é uma confissão de que a vida não basta”, disse Maria Antonieta durante o lançamento da pesquisa.

O estudo também demonstra que o hábito da leitura está conectado com a frequência à escola. Entre os que estudam estão apenas 16% do total da população de não leitores. Mesmo entre aqueles considerados leitores, a média de obras lidas é 1,4 para quem não está estudando ante 3,4 para quem estuda (considerando os últimos três meses). “Que escola é essa que nós temos que não consegue desenvolver leitores para a vida inteira?”, pergunta Maria Antonieta.

A representante do Ministério da Cultura defende que as escolas e as bibliotecas, apontadas como um local desinteressante pelos entrevistados, precisam ter bons mediadores de leitura. “São professores verdadeiramente capazes de fazer o olhinho do aluno brilhar ao ouvir uma história. Para isso o próprio professor precisa ser um apaixonado pela leitura”.

Lygia Fagundes Telles - literatura brasileira

TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e memória. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. 125p.

Cesário Verde - literatura portuguesa

VERDE, Cesário. O livro de Cesário Verde. 5.ed. Introdução por Maria Ema Tarracha Ferreira. [Lisboa]: Ulisseia, 1999. 176p.

Eduardo Lourenço - literatura portuguesa

LOURENÇO, Eduardo. Mitologia da saudade, seguido de Portugal como destino. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. 154p.

Joaquim Brasil Fonte - teoria

FONTES, Joaquim Brasil. Variações sobre a Lírica de Safo. São Paulo: Liberdade, 1992. 223p.

K. J. Dover - teoria

DOVER, K. J. A homossexualidade na Grécia antiga. Tradução de Luís S. Krausz. São Paulo: Nova Alexandria, 1994. 333p. Título original: Greek homosexuality.

Raymond Aron (Paris 1905-1983) - teoria

ARON, Raymond. O espectador engajado: entrevistas com Jean-Louis Missika e Dominique Wolton. Tradução de Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. 383p. Título original: Le Spectateur engagé.

Entrevista de Roy Wagner

São Paulo, domingo, 01 de abril de 2012 (Folha de São Paulo - Caderno Ilustríssima)

A invenção da antropologia
Roy Wagner e a revolução nos modos de pensar

RESUMO

Em entrevista a um time de antropólogos brasileiros, o norte-americano Roy Wagner, autor de "A Invenção da Cultura" e crítico da presunção à autossuficiência dos Estados Unidos, defende o humor como forma de invenção e argumenta que, ao reverter causa e efeito, ele se torna o conhecimento íntimo de todas as coisas.

EM AGOSTO DE 2011, seis universidades brasileiras receberam Roy Wagner, autor de "A Invenção da Cultura", de 1975, publicado no Brasil pela Cosac Naify em 2010.

O livro propôs uma verdadeira revolução nos modos de pensar e fazer antropologia, pondo em questão, a partir de um olhar sobre os povos melanésios, dualidades como natureza e cultura, universalismo e relativismo, tradição e inovação, sujeito e objeto.

Entre os trabalhos que apresentou no Brasil estão um livro inédito, "The Place of Invention", e uma reflexão sobre a obra do polêmico antropólogo e escritor Carlos Castañeda (1925- 88), à qual vem dedicando nos últimos anos um curso na Universidade de Virginia, Charlottesville, onde ensina desde 1974.

Esta entrevista, concedida aos antropólogos Florencia Ferrari, Iracema Dulley, Jamille Pinheiro, Luísa Valentini, Renato Sztutman e Stelio Marras, oferece uma amostra da prosa do autor, um crítico da presunção à autossuficiência dos EUA, país onde nasceu e se formou, mas também um contador de histórias, fascinado pelas mais diferentes culturas e práticas de conhecimento.

Toda a teoria de Wagner (que é tão dele como dos melanésios) pode ser vista como um flerte com a poesia e com o humor. Afinal, como ele não cansa de afirmar, a produção de significado no mundo é, como nesses campos, um exercício incessante e insistente de metaforização, isto é, invenção.

Como resume a questão central de "A Invenção da Cultura", a dialética cultural entre convenção e invenção, memória e improvisação?

A memória, é claro, é uma parte vital e básica de nós. Não conseguiríamos viver sem ela. Mas a cultura não se resume a ela, pois contém um outro lado, que é a invenção. Estou usando o termo "invenção" como uma palavra mágica.

A invenção é a metáfora. Existe uma espécie de diálogo ou interação entre a memória e a invenção. Temos que lidar com a vida em família, as leis do direito de família ou o que algumas pessoas nos EUA entendem por valores familiares [risos], mas também com a Constituição dos EUA, a Constituição brasileira ou a forma de governo brasileira.

Os dois são inovações do Novo Mundo em relação à cultura europeia. Nossas revoluções estabeleceram um novo tipo de sociedade, inventando e modificando as convenções de uma vez por todas, definindo parte do que constitui o hemisfério ocidental.

É importante prestar atenção ao modo como as civilizações americanas pensam: elas pensam de modo diferente das civilizações do Velho Mundo.

Em sua obra há uma associação entre perspectivismo e humor. Qual é o lugar do humor no seu trabalho?

O humor é uma forma de invenção. É um exercício de ver a partir de uma perspectiva e então se deslocar para outra repentinamente, com algo um pouco confuso. Uma piada inventa; ela usa a perspectiva para inventar. É preciso enfatizar isso.

O senso de humor é algo que pessoas têm, como os índios que conheci na Amazônia, e que não percebemos facilmente. O que eles fazem é integrar a alteração de perspectivas que existe em uma piada à antropologia de uma maneira bastante sorrateira e sutil. E, em muitos casos, isso se faz com tal sutileza que acabamos achando que estamos lidando com fatos antropológicos.

Existe um tipo de ironia ou senso de humor na base de todas as culturas. Ao morar em um país, descobrimos onde reside esse humor. O que estou tentando dizer ao afirmar isso sobre o humor é que, em primeiro lugar, o objetivo do livro "A Invenção da Cultura" foi fazer com que as pessoas usassem a ideia da invenção como uma coisa em si mesma, como uma maneira de pensar sobre as coisas.

Estamos acostumados a pensar no humor como forma de entretenimento, não como forma de alteração de perspectivas, de alteração sujeito-objeto. Fomos treinados a pensar na cultura como um conjunto de memórias que deve ser exaltado. Procuramos o conhecimento onde ele fica armazenado, na biblioteca, no computador. São memórias artificiais.

O que você chama de "deslocamento perspectivista" -e sua tradução na ideia de invenção- tem um impacto forte sobre o que concebemos, no Ocidente moderno, como racionalidade. Você poderia falar mais sobre isso?

O [Carlos] Castañeda nos dá uma lição muito importante sobre o humor. Toda metáfora é uma piada. Toda metáfora é um ato de humor. Temos que aprender a pensar em cada metáfora como uma torção irônica de palavras, de perspectivas. Vamos pensar nisso de modo analítico.

Tudo o que nós chamamos de razão (e tudo o que nós chamamos de tecnologia -razão, lógica, tecnologia) é baseado na relação de causa e efeito. A causa é o que Wittgenstein chamou de superstição. A ideia de causa e efeito só pode funcionar quando a causa e o efeito são a mesma coisa. Quando falamos de causa e efeito, criamos uma separação ou um espaço artificial. No entanto, se não fizéssemos isso, não teríamos nada para chamar de razão ou lógica.

Em uma piada, a causa e o efeito são reversos. É por isso que o humor é o conhecimento íntimo de todas as coisas; se usamos o humor, revertemos causa e efeito. Os barok (Papua Nova Guiné) me contaram que quando aprendemos que tudo funciona por meio de um truque, não nos encontramos no fim do conhecimento, mas no início. Isso constitui um ataque à racionalidade, considerando o modo como normalmente pensamos sobre ela.

Não significa que esse processo seja ilógico. Wittgenstein provavelmente diria que a lógica é o humor; a lógica não é causa e efeito. Ele desprezava totalmente a ideia de causa e efeito. Os Estados Unidos parecem estar presos a um tipo de mentalidade assim. É um país que sente muito orgulho de si próprio, que não quer ouvir o que outras pessoas têm a dizer. É muito difícil ensinar antropologia a pessoas assim!

Como se dá essa dialética entre os povos que estudou na Nova Guiné?

Minha experiência entre eles me ensinou que a convenção é o que damos como certo, pois é a base da existência; é o que é dado, é o que existe. Como indivíduos, o que fazemos é nos diferenciar "contra" ela. Essas pessoas, dotadas de uma criatividade maravilhosa, produzem formas estonteantes de arte, nominação, mitos. Tudo isso é diferenciação. Por não ser convenção, ela possui um poder de corte. As convenções são simples, conhecidas por todos, dadas como certas, e é assim que produzimos a diferenciação.

Na civilização ocidental, tratamos a convenção como um ideal, como fazemos com nossos códigos de lei, nossas constituições, organizações governamentais e educacionais. Tendemos a aderir a ideais platônicos. E nossos grandes inventores, as pessoas que aperfeiçoam e modificam nossa sociedade, são considerados excêntricos.

Em "A Invenção da Cultura", argumento que os povos indígenas, os povos tribais, não têm governo nem religião centralizados -e o que são um governo e uma religião centralizados, e um sistema de escrita, senão formas profundamente enraizadas de convenção?

Como descreve o impacto da antropologia na contracultura e vice-versa, nos EUA, e em seu trabalho em particular?

A contracultura foi algo que existiu de forma muito deliberada e determinante nos anos 1970. Na época em que escrevi "A Invenção da Cultura", ela era muito provocadora nos EUA. Mas muito do que produziu foi assimilado pela mídia, pela propaganda.

Muitos dos tropos poderosos e inovadores criados pela contracultura na década de 1970 foram assimilados pela propaganda e coisas do tipo, de modo que os protestos dos hippies acabaram, mais tarde, sendo usados em comerciais para vender produtos. Portanto, a contracultura foi corrompida pela convenção e usada para estender a cultura convencional.

A contracultura operou por algum tempo, mas depois foi, de certa maneira, sugada para dentro, totalmente dissolvida. Algumas pessoas tentaram fazer contracultura novamente, mas não funcionou da mesma forma que nos anos 1970. Assim, a contracultura foi -e acho que meu livro deixa isso claro- uma diferenciação inovadora que aconteceu no interior da cultura americana, algo que se mostrou ameaçador para muitos americanos, por razões políticas ou por outras razões. Mas em 2001 já havia se tornado terrorismo.

Tradução: Iracema Dulley e Jamille Pinheiro. A íntegra da entrevista será publicada na próxima edição da "Revista de Antropologia", da USP, em abril.

C.M. Bowra - teoria

BOWRA, C. M. Introduccion a la literatura griega. Lo tradujo al castellano: Luis Gil. Madrid: Guadarrama, 1968. 411p. Título original: Landmarks in Greek Literature.

O Garoto de Bicicleta, dos irmãos Dardene












Diretores de "O Garoto de Bicicleta" falam sobre o filme
Os diretores belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne falam sobre "O Garoto de Bicicleta", no qual contam a história de Cyril, um menino de 11 anos que não se conforma em viver num orfanato e decide encontrar o pai. Clique aqui para assistir à entrevista.